quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Berlin, Rep. Tcheca e Budapeste...

Falae, pessoal. Tou atualizando as postagens de Berlin, Rep. Tcheka e Budapeste com minhas humildes memórıas.

Berlin é que é foda!

Pessoal, conforme comentado, estou escrevendo no trem, após deixar Berlin. Que cidade louca. Logo na primeira noite que eu cheguei já fui a um dos lugares mais bizarros que vi em minha vida, se não o mais. Ja tinha escurecido quando aportei na estação central, que por sinal é imensa. Fui direto pra casa do Arthur, que achei no couchsurfing. Chegando lá, o negócio parecia mais é hostal. Tinha mais 4 da Estônia, 3 americanos, uma israelense e um cara de portugal. Mas foi louco, tinha esse amigo do Arthur, que era australiano e guia alternativo da cidade. Ele tava afim de ver o que tinha num terreno abandonado perto da casa. Fomo lá então nós três, pulamos o portão e começamos a vasculhar. Todas as portas do prédio estavam com uma proteção de ferro pregado. Impossível entrar. Foda foi o medo de aparecer uns cara perguntando o que a gent queria ali, uhauhau. Perigoso ser deportado depois de três dias de mochilão.

Daí, voltando pra casa, dou de cara com os estonianos indo pra balada. Fui junto. Ficamos mais é andando nas ruas da cidade e bebendo cerveja barata (Beck´s) dos butecos. Mas vimos cada lugar que te falo, irmão, o negócio é bizarro.
Comento rapidamente o Tacheles. Era um prédio de judeus, foi arrombado na guerra e tal, e na época da reconstrução da cidade os caras não deixaram demolir, mas foi ficando abandonado até que uns artistas tomaram conta. Resultado, é um prédio antigão, feio, todo pichado, e em cada andar uma balada diferente. Tem cinema, diferentes pubs e galerias de arte alternativa. Muuuuuito louco o lugar.

Dia seguinte fomos no tour alternativo do australiano, visitando uns lugares não turísticos de Berlin e culminando com outro arrombamento em uma fábrica abandonada, cheia de grafite nas paredes e tal. Foi diboa também. A noite fomos no Pub crawl alternativo. Pub crawl é quando você vai de bar em bar pela noite. Ele levou a gent em diversos pubs fora do comum. Tipo um lugar onde se paga um euro pela taça e bebe vinho o quanto quiser. Na hora de ir embora voce resolve quanto vai pagar pelo que bebeu e põe na cesta. Depois tem o Toilet, um bar onde os caras servem a cerveja numa caneca em forma de privada e por aí vai.

Domingão sai de manhã e fui prum mercado de pulgas. Comprei um brinco muito louco pra mim, desse cara que trouxe de Bali. Almocei num restaurante indiano e me dei conta de que nunca tinha comido comida indiana na minha vida. Foi bom. Depois fiquei só andando a pé pela cidade e no final da tarde visitei o parlamento. Legal é que na fila os caras te dão um flyer contando tudo sobre o sistema político alemão, quem é quem e etc. Dá até vergonha de dizer, mas em meia horinha eu li o flyer e acho que sei mais sobre o parlamento alemão do que sobre toda a política do Brasil. Mas os caras fazem tudo de uma forma tão fácil, que mesmo que eu não lesse o livrinho, sairia de lá sabendo pra caramba. A noite foi tranquila e dispensada à recuperação.

O dia mais legal, sem dúvida, foi segunda. Fiz um tour pela cidade. Não sei se é a cidade ou se o guia que era bom pra caramba, mas o cara contava e você se sentia no meio da guerra, seja ela a primeira, a segunda ou a fria. Contou sobre a cidade desde a era medieval, sobre os monumentos, os acontecimentos históricos, incluindo Hitler, o muro e tudo o mais. Foi muito legal mesmo. Os caras aqui só se f****** desde que Berlim é Berlim. Dá até pena. Não nego minha ignorância com relação a essa parte da história, mas fiquei super impressionado quando descobri que o muro foi erguido pra impedir pessoas de fora entrarem nele, e não de quem tava dentro sair. E o muro é realmente um muro, separando um pedaço de uma cidade do resto do país. Lá dentro reinava capitalismo, bem no meio de um sistema socialista. Bizarro. De noite fui no Pub crawl dos caras desse tour, mas ai foi decepção. Valeu que tinha um australiano divertido que tinha acabado de chegar no Arthur e ele foi comigo. Ele tentando conversar com o taxista que num entendia nada em inglês que foi mais engraçado.

Mas assim foi Berlin. Tava pensando em fazer um Top 3 das cidades que eu tou passando. Mas dai pensei em tambér fazer um Top 3 de passeios e de Kebabs. Kebab nada mais é que um churrasco grego feito por turcos, a base é carne, repolho e cebola. Mas já percebi que cada imigrante turco de cada cidade tem seu toque especial. No Top 3 cidade, a cidade de Aarhus não entra porque eu morei lá. E Paris também não entra porque eu tava lá com minha namorada e Paris com namorada é apelação. Mas então vamos lá:

Top 3 cidade:
1 - Berlim
2 - Copenhaguen

Top 3 Passeio:
1 - Tour em Berlim
2 - Christiania
3 - Tacheles

Top 3 Kebab:
1 - Copenhaguen, com coalhada seca e Kibe.
2 - Aarhus, com molho de alho.
3 - Berlin, com pepino.

BERLIM
Checkpoint Charlie, onde soldados sovieticos e americanos ficavam se encarando 24 horas por dia, enquanto o muro esteve de pe. Saiu cada pau que quase que explode a 3a guerra mundial.

Esse e o hotel mais famoso de Berlin, porque foi aqui que o Michale Jakcson quis jogar o bebe da janela!

Branderburger Tor, entrada de Berlin (em tese). A Victoria esta la em cima, comandando 4 cavalos e olhando pra embaixada da Franca, parece que esses dois nunca se deram bem no passado.

A gente arrombando a entrada da fabrica abandonada, hauhu, diboa.

E esse sou la dentro. Huuuuuuuu.

O murao famoso e eu, anonimo.

Predio cheio de buraco de bomba.

Dentro do Tacheles, num dos andares.

De fora do Tacheles, Muito louca essa cidade.


REPÚBLICA TCHECA É LEGAL:
Quando eu saí de Berlin, fui direto pra Praga, capital da Rep. Tcheca. Chegando lá encontrei um americano que conheci em Berlin, jantamos juntos, ele foi pro hostel dele e eu fui pro meu ponto de encontro, onde estava combinado para a Jitka me pegar. A Jitka me recebeu no apê da avó dela pelo couchsurfing também.

O ponto de encontro era no meio de uma estação de metro e descobri que seria naquela noite um encontro dos couchsurfers de Praga. Em suma, conheci bastante tchecos nesta noite. Fomos a uma balada que deve ser a coisa mais louca num fim-de-semana. Era tipo um labirinto underground, as paredes eram de pedra. Lá dentro era cheio de cômodos onde se tocava diferentes ritmos e tudo numa decoração futurista bizarra. Lembro até o nome: Cross Club. Pena que fomos embora cedo, antes da banda começar e dos notívagos chegarem.

Dia seguinte teria que correr toda a Praga, porque iria embora no outro dia. Tendo isso em mente, fui cedo pro centro e já de cara paguei 550 coroas Tchecas pra fazer o pior city tour que eu já fiz, com o pior guia que eu já vi na minha vida. Foi foda, viu. Até aí, tudo ok, porque bem ou mal, fomos aos pontos de interesse turístico na capital Tcheca (mesmo eu não aprendendo nada), pior foi quando eu desci do busão, entrei no ponto de informação turística e dei de cara com um flyer de um Tour Gratis, no mesmo esquema que eu fiz em Berlin e adorei. Mas me deu até vontade de vomitar. Tou remoendo minhas 550 coroa até agora. Depois fui almoçar num china, e matei a cidade toda a pé. Deu pra andar por tudo e a impressão é que o lugar é muito legal, embora não saiba muito sobre ele. Durante o rolê acabei entrando no Museo da Tortura, que embora cheio de explicações em quatro línguas para todos os instrumentos usados durante a inquisição, me pareceu um negócio meio de charlatão. E fui ainda numa casa de chá. Aí sim foi legal. Nunca tinha visto uma. Tem todo um ambiente pra degustar mais de num-sei-quantos tipos de chá. O camarada te trás um cardápio falando da onde vem o chá como ele é preparado, pra que serve e tudo o mais, e depois quando ele te serrve ele te ensina a tomar e etc. Foi muito legal, pena que fiquei pouco, pois tinha um encontro marcado com a Jitka. Fomos a uma festa dos alunos internacionais da faculdade dela. Faculdade técnica de Praga. Essa também foi muito doida. Os anfitriões seriam os alunos alemães, franceses e da Eslovênia. Então cada um teve uns 40 minutos para fazer uma apresentação sobre o seu país e etc. Primeiro foram os caras da Eslovenia, que me pareceram muito diboa, fazendo piadas deles mesmo numa apresentação de powerpoint e propondo aos visitantes dançarem polca eslovêna. Depois foram os caras da França, como sempre metidos. Cheio de nove horas com filminhos mó profissionais contando a história do país e etc. Mas foi legal também. E por último, os alemães. Putz, esses aí são foda e num tem pra ninguém mesmo, fazer o que? Logo no primeiro filme a cena inicial falava: "Alemanha, terra dos engenheiros", daí os caras começam a passar as marcas de tecnologia alemã e lógico, a lista é interminável. Conheci um brasileiro que estava estudando junto com esse pessoal e ele falou que quando ele fez um período do mestrado na alemanha, tinha que estudar das 7 as 1 da madrugada pra aguentar o tranco. Diz que o bicho pega mesmo lá. Mas eles também fizeram umas piadinhas e a apresentação também foi boa. Depois eles ofereceram comidas típicas e o baile começou de verdade. Mas o motivo da festa foi muito legal, de qualquer jeito.

No dia seguinte acordei cedo e fui pra Cesky Krumlov, no sul. Se você pegar Ouro Preto, diminuir a inclinação das ruas, colocar um castelo medieval gigante com uma torre bizarra no lugar da praça tiradentes e substituir o sotaque mineiro pelo idioma tcheco, você tem Cesky Krumlov. Não a tôa também é patrimônio cultural da humanidade, título concedido pela UNESCO. E qual não foi minha surpresa quando entrei no Hostal e descobri que ele era gerenciado por 4 brazucas? Pessoal gente boa, me recebeu bem. Jantei com dois australianos moleques, fomos prum bar que fica embaixo dumas ruínas e tinha um buldogue gigante escondido perto da mesa de sinuca. Pra termınar o dıa: cama. Dia seguinte acordei cedo e corri a cidade inteira, que é bem pequenininha. Vi um casal de ursos no castelo, fiquei andando e apreciando a paisagem e no começo da tarde entrei numa outra casa de chá, no mesmo esquema. Mas lá eu fiquei umas duas horas. Foi legal. de noite topei com um casal canadense e mais tres australianos (como tem australiano nessa budega, bicho) e fomos jantar num restaurante medieval, embaixo da cidade. Foi legal, embora a comida não fosse farta. Dormi cedo, acordei cedo e hoje, 27/10, estou no trem a caminho de Budapeste. Depois conto como foi, beijo pra todo mundo. Vamos para o Ranking, então:

Top 3 Cidades:
1 - Berlin
2 - Cesky Krumlov
3 - Copenhaguen

Top 3 Passeio:
1 - Tour em Berlim
2 - Christiania
3 - Tacheles

Top 3 Kebab:
1 - Copenhaguen, com coalhada seca e Kibe.
2 - Aarhus, com molho de alho.
3 - Berlin, com pepino.
REP. TCHECA.

Praca central de Praga.

Olha a igreja do Sao Vitto, la no fundo.

Mas gostei mesmo eh dessa cidadezinha: Cesky Krumlov. Visual muito diferente.

Mais Cesky.

Cesky by night.

BUDAPESTE DEVE SER MUITO LOUCO.
Isso é porque eu peguei um tempinho ruim lá. Fechado e com chuvas esporádıcas. Mas a cidade é realmente muito bonita e tem bastante história também.

Cheguei lá fio no sábado, dia 27/10, a noite. Até então eu não sabia onde eu ia ficar. Entrei numa net no McDonald e lá estava a resposta de um cara do couchsurfing, falando que eu podia ficar aquela noite, e que depois ele não sabia ainda. Pesei as idéias e resolvi arriscar e liguei pro camarada. Irlândes, morando em Budapeste desde novembro passado. Ô sotaque difícil de entender, viu. Mas o cara era gente boa, serião, mas gente boa. E ele morava num canto muito louco, era um predio antigo, mas dentro do apê era tudo novinho e muito legal. Sem brincadeira, devia ter uns 4 metros de pé-direito o apê do camarada. Ele rachava com um canadense, mas esse tava viajando e eu não conheci. Bati um macarrão e fomos à um pub encontrar uns amigos dele. Gente bizarra esses húngaros também. Mas melhorzinhos que os tchekos. Acabou que fui dormir cedo.

No dia seguinte peguei a bike que o irlandes me emprestou e fui fazer um city tour. A guia, Bea, tinha morado em portugal um bom tempo da vida dela, e o tour foi bem legal. Aprendi um pouco da história dos camaradas. E não é que húngaro tem história?! Esses se fu nos últimos tempos porque nas duas guerras eles ficaram do lado derrotado. Fora o que aconteceu antes. Mas tá tudo lá, os buracos de bala na parede do parlamento e gente chorando (eu vi) no Memorial da tal da revolução de 1956, onde 70 jovens morreram e outros 180 ficaram gravemente feridos na mão dos soviéticos numa demonstração aparentemente pacífica. Versão da Bea. Mas foi legal de qualquer jeito. Depois fiquei andando de bike pela cidade e na hora da janta foi um dos dias que eu mais dei risada (sozinho, hein) nessa viagem. Sempre procuro experimentar a comida local. E não há nada mais tradicional na hungria que Goullash. Entrei no restaurante, me vem uma bicha velha de garçom. Falo que quero Goullash, ele me recomenda pedir acompanhamento, batata-frita. Eu falo que não gosto de batata-frita (eu tou nos EUA por acaso?) e peço batata soutê. E o cara me traz um pratinho com uma carninha no molho e batata-frita. Minúsculo. Deixo quieto e já começo a comer com raiva do camarada. Tou eu reclamando comigo mesmo: "que bosta de goullash, isso aqui nem é goullash, isso aqui tá mais pra cozido húngaro do RU." E daí cai a ficha. Eu tou comendo cuzido húngaro na hungria, o que vem a ser goullash. Ri sozinho no meio do restaurante e ninguém entendeu nada. Mas eu tava mais é com raiva do bicha mesmo, porque o cozido tava bom e a batatinha também. De noite teve uma reuniãozinha em casa, com uns amigos do irlandês. Vinho quente. Foi legal, também. A maioria era local, o que é importante pra entrar na cultura mesmo. Acho que foi o país onde mais conheci gente da terra. Fora a Dinamarca. Prefiro os Dinamarqueses, parece que esse pessoal aqui tem que ser metido só porque são os "primos pobres" da europa. Ce acredita que eu tive que escutar "eu vi uma apresentação de capoeira e não achei nada autêntico". E olha que saiu do nada isso. Daí eu respondi, sempre sorrindo, lógico: "realmente não é, em qualquer lugar da europa se vê gente pulando e fazendo coisa parecida".

Bom, dia seguinte fui no mercado central, onde comi torresmo, charuto de pepino e umas salchichas bizarras. E depois rumei a um banho húngaro. Eles tem muitas termas de água quente. Segundo a Bea, só perde pro Japão e pra Islândia. Mas lá é da hora mesmo. São umas construções antigas, onde tem várias piscinas e todo mundo lá, no quentinho. E o mais legal é que não é coisa de turista. A grande maioria lá era local, gente de todas as idades. Eu tava sozinho, mas fiquei por ali o resto da tarde toda assim mesmo. De noite fomos num outro pub onde comi um outro prato tradicional, que nada mais era que goullash, só que em vez de carne só veio batata.

Dia seguinte fui visitar a Ilha Margarete, no meio do rio Danúbio. Lugarzinho muito legal, é um tipo de um parque, com quadras, clube, hotel, ruínas e etc. Fiz um pequenique de sanduba e água, e dei um tempo bom por ali, so diboa. Pra terminar a tarde fui no Museu de Artes Finas de Budapeste, na apresentação do tal do Hundertwasser, artísta austríaco (lógico que até então eu não fazia a menor idéia de quem era o ser). Foi um passeio diboa também. No fim da noite, 23:15, peguei um trem pra Sighisoara, Transilvania, que é de onde estou escrevendo agora, 31/10, (hoje é halloween e eu tou na terra que o drácula nasceu, vixe maria). Isso é na Romenia. Sobre esse país eu escrevo a hora que sair dele, pra não me arrepender de nada publicado.

Esqueci de dizer, entre um passeio e outro, o irlandês me ensinou a jogar dardos. E não é que é um esporte legal? O irlandês era bem locão, mas gente boa. Isso ae galera, bejão pra todo mundo. Daqui a alguns dias tem mais descobertas.

Top 3 Cidades:
1 - Berlin
2 - Cesky Krumlov
3 - Copenhaguen

Top 3 Passeio:
1 - Tour em Berlim
2 - Banhos termais em Budapeste
3 - Christiania em Copenhaguen

Top 3 Kebab:
1 - Copenhaguen, com coalhada seca e Kibe.
2 - Aarhus, com molho de alho.
3 - Berlin, com pepino.

BUDAPESTE
Termas em Budapeste, agua a 36 ºC.

Budapeste eh bem legal tambem.

Parlamento, tem historia esse ai.

Eu no tremzao, rumando a Transilvania, Romenia. Na cabine da esquerda tinha um cara corcunda e na da direita um cara igualzinho o Gomez, da Familia Adams. Sem zuera.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Vários....

(Esse post é resultado de alguns textos que tenho escrito mas nao tenho tido tempo de postar, entao vai na ordem cronológica...)

IMPRESSOES SOBRE A SOCIEDADE DINAMARQUESA: O MOTORISTA DO BUSAO. (sem data)
Convenhamos, não é em todo lugar do mundo que você pode falar em inglês com o motorista do busão. Entre estes lugares podemos destacar os EUA, a Inglaterra, a Austrália, a Dinamarca, a Escócia, a... epa, peraí. A Dinamarca?!??!?! Sim, a Dinamarca.

Todos já ouvimos estórias do tipo "na europa todo mundo fala inglês" (o que eu já não sei se isso é verdade), mas você esperaria realmente que o motorista de busão fosse bilíngue? Pois aqui até eles falam inglês. Até agora econtrei apenas uma pessoa que não pudesse falar muito bem o inglês, mas ela ainda mandava várias frases e conseguimos nos comunicar no final das contas. Eu acho isso impressionante. Todo mundo fala o inglês muito bem. TODO MUNDO.

No começo eu até ficava meio sem graça de chegar falando em inglês com o caixa do supermercado, penso que é um desrespeito a cultura do povo local, eu devia pelo menos me esforçar pra falar alguma coisa na língua nativa e tudo o mais. Mas agora já desisti, é inglezão mesmo pra todo mundo e boas. Eu fui aprender a falar cerveja em dinamarquês só ontem, e olha já estou aqui a um pouco mais de uma semana, oras. E eu nem consegui aprenderr direto. É Ol. Mas deve-se falar como se estivesse chamando o Hugo. É foda. Nada de dinamaquês pra mim.
(A propósito, o motorista de busão é trilingue, porque ele tem que saber o dinamarquês, ele aprendeu o inglês e ainda sabe a língua do país de origem, haja visto que a graaaande maioria deles são imigrantes. É mole?).

ALGUMAS NOVIDADES... (10/10)
Esse post nao tem tema específico. Só vou contar algumas coisas que tem acontecido por aqui.
Terminei meu estágio lá na DHI. O rio rodou, entreguei meu relatório e ainda consegui tirar uma foto da nossa cerveja vespertina, no dia da minha despedida, uhauhauha. Legal demais.

Voltei pra Kommune, e extendi meu estágio por mais uma semana, ou seja, meu ultimo dia é 12/10 (salve nossa senhora aparecida). Entao, na terça-feira dia 16/10 deixo Aarhus pra sempre e vou começar meu mochilão. Primeira parada: Copenhaguen. Segunda parada, provavelmente Berlin, e depois só Deus sabe. Se você tiver uma sugestão, manda pra mim que eu checo com meus proprios olhos. Você decide. A única coisa que eu sei, fora a primeira parada, é que dia 03/11, tenho uma passagem só de ida, de Dortmund pra Istambul. Prometo que posto no blog cada lugar que eu passar, ok?

Voltando a Kommune, essas duas semanas que tive lá foram muito legais. Conversei com o chefe do grupo de "planejamento de esgoto". Fizemos um itinerário de um dia inteiro, com direito a aula de legislação dinamarquesa e visita técnica. Depois visitei uma estação de esgoto, a Viby (Vibiuu). Lodão ativado, diboa. A única diferença é que a estação toda é controlada da telinha do computador. O sistema é o tal do Dims. Também da DHI. E acompanhei uma auditoria ambiental também. O cara da Kommune foi visitar um "centro de coleta". Não temos tradução para isso. É o lugar que ce leva o seu lixo que não é recolhido na sua casa, como entulho, televisão, sofá, lâmpada, computador e tudo o mais que não seja resto de comida, papel ou garrafa de cerveja (exageros a parte, é claro). Gostei muito de conversar com o auditor. Ele quis me dar umas carcadas, ou falar que a Dinamarca é o melhor país do mundo, sei lá o porquê disso (é claro que sabemos porque, já discuti isso com vocês antes), mas ele tem umas visões muito legais sobre a função do governo na tocante ambiental. Pena que o cara é uma anta. Ele me perguntou se tem selva no Brasil. "Do you have jungle on Brazil?" Sei lá porque ele falou isso (isso eu não sei mesmo). Mais uma vez, todo mundo me tratou bem, até a anta. Fora isso, trabalhei na minha apresentação. Sexta-feira dia 12/10 (salve rainha mãe de misericórdia...) fiz uma pequena apresentação sobre a situação ambiental do Brasil. Fica frio, galera. Fiz a nossa. Entre um slide e outro colocquei uma foto dumas mina de biquini em copacabana e dumas cachoeiras que os caras vão pagar um pau. Brincadeira, lógico. Mas deixa comigo. Ninguém vai mais pensar que somos macacos depois dessa. É, mas enquanto isso, quinta-feira, 11/10, eu pesquei com o Lars, no horário do expediente, e depois vou jantei na casa do chefe, o Morgens. Conheci a família dele e tudo mais. Legal.
Beijo pra todo mundo.
Pescaria no maior rio da Dina. Niguém pegou nada, só eu peguei um Bass Dinamarques, mas na hora que chegou perto da borda ele escapou, parece coisa de amador...
Essa é a imagem que vai ficar guardada na minha mente sobre a Kommune. É isso que tinha na entrada do banheiro deles. Demorei uma semana pra tomar coragem e entrar. E dois dias antes de terminar meu estágio entro no banheiro e dou de cara com uma mulher. O banheiro é realmente unisex.
Esse é o Bruno. Pareceiro das paradas mais loucas ocorridas em Aarhus. Ele vai ficar mais um bom tempo passando frio na Dina. Mas a gent se ve de novo. Abraco.


TEEEEEEEEEM INICIO O MOCHILAO: COPENHAGUEN É DIBOA (19/10).
Ei pessoal, como vão? As notícias aqui são várias.

Primeiro a despedida de Aarhus. Não teve festa mas me despedi de cada um, dando uma pulseirinha "indígena" pra cada e falando que são bem-vindos no Brasil e etc. O zelador veio checar se eu tinha destruido o quarto e constatou que ele estava bem limpinho. Ele me pegou foi no banheiro, falou que eu não tinha limpado direito a parede, o vaso e a torneira, e então precisaria chamar a Limpeza pra tomar conta, e vão tirar isso do meu cheque calção. Mas eu já estava preparado pra isso. Todo mundo falava que ele era (nasty) safado. E então parti para o mochilão.

Primeira parada, Copenhaguen. Capital e maior cidade da Dina, tem algo em torno de 1,3 milhão de habitantes e é uma "cidade grande". Bem diferente de Aarhus. E o que percebi nos dias que passei aqui é que a juventude é exatamente como em Aarhus: amigáveis. Ja os mais adultos são bem reservados. Mas a cidade em si é muito bonita e parece ter uma vida bem agitada. Cheguei na terça a noite, 16/10, e sem avisar nem nada apareci na casa da Mariana. A Mariana eu conheci por email, e ela veio para a Dina no ano passado pelo IAESTE, mas agora está fazendo o PhD em Copenhaguen. Mas deu tudo certo, o irmão dela, o Leonardo, está passeando por aqui também, então demos um rolê juntos. Mas ela me deu macarrão, tomamos uma no bar da universidade e dormimos.

No dia seguinte eu e o Leo fomos andar pelo centro, e conheci a cidade. Visitamos um tal de Torre em Espiral, de onde se tem uma vista da cidade, depois fomos no castelo do rei Frederik IV, que é um quarto-e-sala se comparado ao do Luis XIV, o Versailles. Mas a sala do tesouro foi muito louco. A coroa estava exposta. Eu não tinha noção que uma coroa era um negócio tão rico. Demorou um ano pra fazer, é cheia de detalhes minúsculos e a pedra preciosa que você imaginar tem lá no meio. É impressionante. Fico imaginando a coroa de um rei de verdade (é porque a Dina é pequenina, já falei do quarto-e-sala).

Depois fomos no jardim botânico da cidade. Esse sim foi legal. Aquela paisagem típica do outuno europeu estava lá. As árvores com folhas vermelhas, amarelas e outros tons entre eles. Lugar muito legal pra gastar um tempo.

Depois fomos na internacionalmente famosa (pelo menos pra quem é do ramo, uhauhua) Christiania. Esse lugar é a última comunidade hippie do mundo e está na ativa desde 1971. Lá as pessoas tem suas próprias leis, ninguém paga imposto pra morar e se autodenominam livres. Com certeza vale a visita e é um lugar no minimo curioso. Fomos lá dois dias, em horários diferentes e pareceu-me um lugar diferente de uma vez para outra. Pode ser tanto o lugar mais rampeiro e fedorento quanto um barzinho com ambiente agradável, gente chique e atendimento na mesa (pelo menos para os padrões dinamarqueses, pois aqui não tem garçom). O pessoal fuma haxixe diboa e o Léo, que sempre carregava o violão, fazia a festa do povo nórdico aqui. Durante o dia vimos vários grupos de turistas com guias e tudo o mais, afinal não se pode negar o valor histórico e social de um negócio desses. E parece que ela não vai acabar tão cedo. Conhecemos uns jovens que moravam a algumas quadras de lá e eles dizem que vão ao lugar desde pequenos e que sempre ouviram histórias sobre acabar com o lugar, e é uma eterna briga entre polícia e a comunidade, mas o quarterão está lá até hoje. De volta pra casa, comemos a sopa da Mariana e cama.

Na quinta eu visitei a universidade, DTU (Universiade de tecnologia da Dinamarca), fui no dep. de Eng Ambiental e a Gitte me recebeu muito bem. Eles adoram estudantes sulamericanos porque somos um "povo muito social". Ok. Conversamos sobre o curso e tudo o mais. De tarde fizemos um passeio de barco pelos canais, e foi legal porquê passou em todos os pontos turísticos que não tínhamos visto: a pequena seria, a Ópera, umas outras torres e etc. Depois fomos a uma festinha num apartamento dum pessoal da IAESTE e deu que a festa se prolongou pela noite de Copenhaguen até altas horas da madrugada.

E foi isso, neste exato momento estou no trem para Berlin e para novas aventuras, sempre. E deixando a Dina para trás, mas não posso dizer para sempre. Talvez um dia eu volte. Como última recordação desse povo bêbado, relato rapidamente o que presencio: O trem tem um corredor no meio e de cada lado há quatro poltronas dispostas de frente duas a duas e com uma mesinha no centro. E o que está acontecendo é que eu estou na janela, não há niguém ao meu lado, mas à minha frente e nas quatro poltronas ao lado tem três senhores e três senhoras de idade já bem avançada, e não são casais. Mas desde que a viagem começou, há uns 90 minutos atrás, eles ja mataram duas garrafinhas de Snaps (é forte que nem pinga, já falei), e mais duas brejas cada um. E toda hora ficam gritando Skol (saúde) e comendo umas frutinhas. Um deles está fazendo aniversário. E eles conversam comigo em dinamarquês, eu respondo em português e a gente se entende, uahuahua. Os veinho são foda, meu.

Acompanhem o blog, galera. Descobri que uma boa coisa pra se fazer durante as viagens de trem é escrever. Por isso, a cada novo destino, pelo menos uma nota eu prometo.
Beijo pra todo mundo.
Quarto-e -sala

Coroa dos reis que passaram pela Dina
Bunda da pequena sereia (direita, em cima da pedra) e eu.


Léo e eu na porta da Christiania
Jardin botanico. O legal do outono aqui é que as árvores mudam de cor todo dia. Paisagens bem legais. Foda é o frio, que já comecou a pegar!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O alojas II, the payback.

Ae galera, muita coisa mudou depois da ultima vez que eu falei do alojas. Eu continuo vivendo no mesmo lugar e tudo mais, mas os habitantes aqui mudaram. Agora somos 14. E dois cachorros.
Pra começar, eu tinha falado que tinha doze quartos, verdade. Mas tem mais um apartamentozinho lá embaixo, pra mais duas pessoas. E eles não tem sala comum, e como são duas garotas muito legais, elas socializam com os dozes aqui de cima. Vou falar rapidamente de cada um dos seres, pq depois tenho que contar das festas.

Ja que comecei com as duas de baixo, vou falar delas. Tem a Sara da Suécia, e a Charlotte da França. A Sara tem uns 23 anos e veio estudar química por um semestre aqui. Ela é gente boa pra caramba (como a maioria é gente boa pra caramba, vou cortar esse comentário pra essa maioria, ok?). A Charlotte tem 19 anos e veio estudar inglês aqui. Ano que vem ela vai pra China, de novo, pra ficar o um ano inteiro e aprender chinês.

Aqui no primeiro andar comigo tem a Ortodoxa, do Chipre (parte grega). Ela tem uns 27 anos, é jornalista e acabou de começar o mestrado em Filosofia. Tem o Frederik, que é da terra, 19 anos, começou economia agora, é fanático por futebol, passou junho e julho agora viajando pelo Brasil e é meu parceiro de assistir Copa dos Campeões (em horário nobre e canal aberto, uhauhauhauhua). Tem o Taus que é o cozinheiro veião aqui, ja falei dele. Tem o Soren. Grande camarada. Me dei muito bem com ele. Cara gente finíssima. Hoje, 10/10, ele tá indo pra Italia, tivemos um jantar de despedida (strogonoff de coração de porco) porque nunca mais vou ver ele na vida. E já comecei a sentir saudade desse tempo que passei aqui com esses vikings.

Depois tem o Masaki. O japonês que também está aqui pelo IAESTE. Posso dizer que ele é a pessoa mais próxima de mim aqui, mesmo ele sendo o típico japa (só fala quando ce pergunta e etc). Mas é parceiro e é ele que eu carrego nas minhas aventuras de fim-de-semana.

Tem a Ljiljiana, da Croácia. Ela também é IAESTE e trabalha junto com o Masaki, na Kommune também, mas no departamento de tráfico. Tem o Jakob que já falei, A KArina que já falei também, e o Adrian é o dono do Beldar, já citado. Ele tem 19 anos e é perdido que nem os outros dinamarqueses que moram aqui. Depois tem o tal de Uffe, da mesma classe que o Frederik, nativo, que é o dono do Felix. Esse não é tão gente boa que nem o resto. A Evelyn é da Noruega, tem o sotaque do hitler e já tive vontade de pegar ela pelo braço e gritar "acorda pra vida, sua besta" por mais de duas vezes.

O Vincent, da Nigéria, mudou-se. Mas temos visto ele bastante. Ele apareceu nas duas ultimas festas que demos aqui.

Ah, as festas. Que coisa louca, meu.

Tivemos uma "Tradicional festa de natal dinamarquês" umas semanas atrás. O Taus e o Soren cozinharam pra gente. Como no BR, trata-se de comer até morrer. Mas o cardápio é diferente. A entrada é Herring, um peixe cru que eles esperam apodrecer um pouco. Tinha Herring com molho de tomate, apimentado, curry e branco. Come-se com pão preto e ovo cozido. Depois vem linguiça com pele dura, almondega dinamarquesa (carne de porco e um monte de temperos), porco grelhado, patê de fígado de porco, aqueles vegetais em conserva e mais uns salame diferente. Tudo isso regado a breja e Snapsh, já falado aqui. Depois do jantar, que durou umas duas horas, começou a aparecer uns seres e a festa bombou. Foi muito legal. Tive que soltar a única Sagatiba pra galera esse dia.

Meu aniversário, semana passada também foi legal. Vou falar nada, só vejam o vídeo. Fire indoor.

Em suma, passei um bom tempo aqui. Foi muito legal mesmo, valeu tudo. Seria legal ficar mais um tempo. Mas ia perder tempo pro mochilão, então decidi partir. Espero que tenha momentos tão legais assim no futuro.

É isso, bejão pra todo mundo.
link para o vídeo da festa de aniverasário (minha vela): http://www.youtube.com/watch?v=khiY-zjUVSw
Esse vídeo também é legal. A cidade de Århus é assim. (Pelo menos o centro): http://www.youtube.com/watch?v=9GnqYh5yUwU

Esse é o David, dos EUA. Ele é do IAESTE também, mas está numa cidade próxima. E é um dos serras que a gent tem por aqui. Aliás, aquele alojas é cheio de serras. Mas conto sobre eles quando nos encontrarmos.