sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Firenze é bem legal

De Roma, vim pra Firenze (ou Florença) dia 20/11. Chegando aqui, com um sol convidativo, logo que me instalei na casa do Tommy, meu anfitrião do couchsurfing, saí pra dar uma reconhecida. Como a cidade é pequena, da pra rodar a pé e no mesmo dia já vi bastante coisa. Subi a praça de Michelangelo, de onde se tem uma bela vista da cidade, e tomei o meu primeiro gelato italiano lá. Me arrependi de não ter tomado antes. Ô sorvetinho bom esse aqui. E olha que nem faço muita questão de sorvete. Depois só de rodar a pé já vi as praças que tinha que visitar na cidade. Tem a piazza della Signioria, onde há várias esculturas, uma mais louca que a outra. De noite foi uma pizza na companhia de um tcheco e um bósnio que moram com o Tommy. Engraçado que andando pela cidade, lá pelas 23h, estamos na praça da Basílica di Santa Croce, e na escadaria da igreja tem um pessoal com um pandeiro e um atabaque. Chego eprto e conheço uns bicho-grilos brasileiros, mas dos legais. Era dois casais e mais uma menina que moravam lá em Roma e estavam de carro pelo interior da Itália. E eles tocavam um rebolado-com-baião-de-São-João que eu nunca tinha visto. Mas logo se reconhece esses brazucas.
No dia seguinte ainda nos encontramos e trocamos apropriadas dicas de viagem. No dia seguinte fui caminhar pela cidade e visitar o Duomo. Dei sorte demais. Fui o único interessado em um tour grátis. A guia era a Emilia, uma senhora que assiste aulas de arte com o Bispo da igreja e faz parte desse grupo de voluntários que servem de guia a turistas. Ela gostava muito da igreja então me passou coisas bastante interessantes. Aprendi por exemplo de onde surgiram as línguas que conhecemos hoje como italiano, espanhol, francês e inglês. Aprendi também porque a igreja é uma das mais interessantes do mundo e um pouco da história local. E de quebra ainda conheci outros nomes da arte italiana, que segundo a Emi, o tal do Michelangelo era maior paga-pau, tal como Bruneleschi e Donatelo. Esse último pra mim era apenas uma tartaruga ninja. Mas é pra isso que a gente viaja, não é? Pra aprender. Depois fui numa exibição das "Máquinas de da Vinci". Era um negócio meio pega-turista-trouxa, mas foi legal mesmo assim. Ele tinha feito uns desenhos e projetos e os caras resolveram tirar do papel e construir as máquinas. É mais legal você saber sobre os documentos do que sobre as máquinas em si, e lá eles tinham só umas cópias fajutas dos documentos. Mas tá visto. A noite foi legal, saímos à passear por Florença e ficamos um bom tempo num ponto "secreto" que o Tommy conhece, em uma das pontes da cidade, só admirando o visú.

No dia seguinte fui pra Siena. Aí sim, cara. Agora eu entendi finalmente porque o destino principal da Europa não é o leste europeu. Estou falando isso porque eu gostei pra caramba do Leste, notadamente Cesky Krumlov, na República Tcheca, vocês sabem. Mas a cidade de Siena é medieval do mesmo jeito e muito mais louca. Quer dizer, no primeiro "país de verdade" que eu entrei na europa já conheci Roma, Pompéia e Siena, que são locais muuuuuito loucos. Então, em minha opinião, se é a sua primeira vez na Europa você pode perder Cesky Krumlov. Mas não perca Roma e Siena por nada. Só que mandei mal também nesse dia. Deixei minha máquina acabar a bateria, não tenho uma única foto de Siena. A lembrança, porém, é viva!!!É isso, gente. Hoje, 23/11, estou a caminho de Veneza. Tem que ir, né? Tá aqui do lado mesmo. Mas já tomei facada porque vou dormir em Hostel e tive que reservar um assento no trem. Mas de lá já tenho destino e até couch: Innsbruck, Áustria. Vamos ver os Alpes. Beijo pra todo mundo.


Essa é a Basilica di Santa Croce, onde os Bicho-Grilo legais tocavam seu pandeiro.




Essa é a estátua que eu mais gostei, do Hércules dando um cacete no minotauro.




Essa é a que eu achei mais perfeita, cara. Chama-se "O estupro da mulher de Sabina", de um tal de Giambologna. Até a pressão dos dedos do safado na anca da mulher o cara esculpiu. Muito show.



Sorvete na praça do Michelangelo com a vista da cidade, detalhe para o Duomo de Bruneleschi.

Esse o famosíssimo Duomo de Bruneleschi, na Basilica Santa Maria del Fiori. Diz a Emi que quando parabenizaram o Michelangelo pelo Duomo da Basilica de S. Petro, "melhor que o de Bruneleschi", ele respondeu: "melhor não, apenas maior. Bruneleschi é o verdadeiro mestre". Vai saber...


Aquele aparelinho do Código da Vinci, na exposição do cara.


Esse é um tanque de guerra giratório com canhões e armadura.


Essa é a galera mista do couchsurfing, como podem ver, há uma multipluralidade cultural em todos os sentidos pra tudo quanto é lado. Essa vida...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Roma é Duca!!

Pessoal, não tive muita sorte em Roma. Foi o primeiro lugar que coisas deram errado de maneira irreversível (tudo bem, considero até que tive muita sorte até agora, tudo foi as mil maravilhas, por 30 dias de viagem, talvez seja um recorde!!!). Mesmo assim, Roma é O destino. Que nem diz o Zizo Viajante (o guia de viagens que estou usando), andar por Roma é esbarrar em monumentos, ruínas, história e obras faraônicas.

Bom, mas do começo. Até antes de sair de Nápoles ainda não tinha arranjado um couchsurfing pra mim. Sem problemas, esse tipo de coisa já tinha acontecido antes. Para a primeira noite teria onde ficar, na casa de uma americana que conheci no tour em Budapeste. Deu tudo tão certo pra pegar as conduções e chegar na casa dela no trânsito caótico de Roma que mais uma vez me considerei sortudo. De noite fomos com uma amiga italiana dela e mais um outro americano que também estava dormindo no apê comer o melhor Tiramissú de Roma. Realmente estava bom. Dia seguinte de manhã nada de couchsurfing ainda. Sem problemas, faria um tour guiado a pé pela cidade durante a tarde e depois veria onde ia dormir. Deixei minhas coisas num locker e fui pro ponto de encontro do tour. Os fdp não apareceram nem deram satisfação, fiquei puto pq já era quase duas e meia da tarde e não tinha visto nada de Roma ainda. Peguei o mapa, tracei mais ou menos um plano de onde andaria a pé mesmo pra dar uma vista geral na cidade. Mas após 5 minutos de caminhada, acabei entrando no Palatino, que sem explicação nenhuma sobre o que é aquilo, parece mais um monte de parede de tijolinho inacabada. Saí de lá e fiquei andando pela cidade meio sem destino. Quando ameaçou escurecer procurei uma net e nada de couchsurfing. Tudo bem, tinha alguns albergues na manga. Problema é que todos os albergues estavam lotados. Fui conseguir uma cama depois de quase duas horas caminhando de albergue em albergue. E era uma das mais caras. Pior, o albergue, apesar de limpinho, tinha um pessoal meio deprê e averso à novas amizades. Morrendo de fome, achei por milagre um restaurante que servia macarrão na base dos 5 euros. Um achado magnífico, pensei. A hora que veio o prato descobri o porquê dos 5 euros. Tinha 130g de comida num pratinho miúdo. Foda. Tinham umas outras minas mochileiras na minha frente, que quando chegou o porpetone delas elas começaram a rir, de tão pequeno. Só deu certo que achei no mesmo hostal que eu um outro brazuca, gente boa. Menos mal que qualquer outra coisa. Ainda jogamos um beerpong no hostel e fomos pruns bares dos locais nessa noite.

Dia seguinte cedo fiz o check-in num outro hostal mais barato que tinha reservado na noite anterior e rumei pro Palatino de novo. Desta vez faria uma visita guiada com um cara do local. Então as coisas finalmente se ajeitaram, depois de mais de um dia de confusão por Roma. Então aprendi que o Palatino era tipo a "morada" dos imperadores, isso há uns 20 séculos atrás. Aprendi também um pouco da história desses camaradas que por um tempo dominaram toda a europa, incluindo o que hoje é a inglaterra, mais norte da Africa e alguma coisa considerável do oriente médio. Depois fui ao Coliseu. Esse é louco demais. É tipo um Mineirão de 20 séculos de existência onde a galera ia pra ver alguém morrer no final. Sempre patrocinado pelos ricos senadores da democracia romana. Eles levavam isso a sério. Montavam cenários que simulavam desertos, florestas, com animais reais e etc. De noite eu fiquei andando pela cidade, vendo monumentos e esculturas pra tudo quanto é lado. Legal demais a Fontana di Trevi. De noite macarrãozão no hostal.

Dia seguinte, acordei cedo, tomei café e rumei para o Museu do Vaticano que, claro, é um dos museus mais loucos da europa. No final contemplei a Capela Sistina por vários quartos de hora. Impressionante, realmente. E depois adentrando no Vaticano, vi os camaradas da Guarda Suíça (aqueles que se vestem de maneira bizzarra, em modelito assinado por Leonardo da Vinci) e pisando dentro da Basílica de São Pedro tive até que parar e fazer uma oração, rezar um pai nosso. Porque merece, cara. Quem já esteve sabe do que eu falo. O negócio é descomunal. Gigante. Monstruoso. Com certeza é o tipo de negócio que todo mundo tem que ver um dia. E pensar que foi feito a uns 500 anos atrás, ce tem que tirar o chapéu mesmo e falar: "é, Michelangelo, você é o cara". Depois dessa só estou entrando nas igrejas que não precisa pagar, uhauhauah. Nada mais vai se comparar àquilo.
De qualquer maneira, Roma definitivamente vale a visita sempre. Agora estou começando a perceber porque o ponto do turismo é por essas bandas de cá. Poxa, lá no leste europeu, onde eu estive viajando no último mês, tem coisas lindíssimas, super bem preservadas e tal. Mas eles não tem Roma, Paris e essas coisas que se encontra aqui.
Bom é isso, não sei se todos os caminhos levam a Roma, mas dê uma passada por lá o quanto antes que é impossível não gostar. Beijo pra todo mundo.

Uma das ruínas do Palatino


Esse é o Pacaembú dos antigos romanos, famoso Coliseu.



Agora por dentro dele.

Fontana di Trevi. Maravilha!!! A lenda diz que tem que jogar uma moeda pra voltar para Roma um dia. Como diz meu guia, é um preço baixo...

No museo do Vaticano, meu amigo "O Pensador"...

... e meu amigo Papa X-Brôu!!!

O teto mais famoso do mundo, o da Capela Sistina, fotografado sorrateiramente, num descuídos dos guardinhas, repara na perfeição.


Agora sim, galera, a hora do Pai-nosso. Por dentro da Basílica de São Pedro, um dos lugares mais doidos de todos os tempos. Repara no tamanho das pessoas e no tamanho das colunas.

Michelângelo, você é o cara.

A guarda do Vaticano, modelo por Leonardo da Vinci. Em se tratando de tomar conta do Papa, não sei se os caras são fodões igual os do BOPE, hehehe, mas farda por farda, sou mais essa aqui!

É, andar por Roma é isso aí, esbarrar em monumentos...

... história...

... e tudo o mais!

Top 3 Cidades:
1 – Berlim
2 – Roma
3 – Istanbul


Top 3 Passeios:
1 – Tour em Berlim
2 – Capela Sistina e Basílica de S. Pedro no Vaticano
3 – Visita à cidade de Pompéia


Top 3 Kebab:
1 – Atenas, com batata-frita, iogurte e cheio de recheio
2 – Copenhaguen, com coalhada seca e kibe.
3 – Aarhus, com molho de alho

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Nápoles é um caos diboa.

Logo que cheguei em Nápoles, 13/11, a impressão foi a de chegar numa boca-quente em Sampa. Cidade grande, cheia de carros e meio que suja também. Eu e o americano do barco fomos pruma internet e depois resolvemos comer uma pizza já que cada um ia pro seu lado. A propósito, pizza é um invenção napolitana.

Entramos numa pizzaria perto da estação mesmo e o Pepe veio nos atender. Sentamos na mesa e eu vi a mesa de antepasto, cheia de camarão e frutos do "mare". Comentei com o americano que eu gostava pra caramba daquilo. Num é que o pepe me obrigou a ir lá e me servir de qualquer jeito. Então resolvi entrar na brincadeira e peguei mesmo tudo que eu queria. Mas o americano, coitado, foi obrigado a se servir também, e pior que ele tinha me falado que nem gostava daquilo. Tava uma delícia de qualquer maneira, a pizza também. Foda foi que o safado do Pepe nos cobrou 10 euros por cabeça pelo antepasto. E ainda exigiu serviço. Tudo bem, resolvemos dar 10%, e pedimos para ele deduzir da conta. Mas não contente, o Pepe ainda me fodeu mais uma vez. Eu não tinha trocado então paguei a conta, e o americano me passou váááárias moedas que ele tinha. Eu peguei as moedas e deixei no canto da mesa enquanto guardava meus documentos. Nisso me volta o pepe com o troco e naturalmente passa a mão nas moedas e guarda no bolso. Era muita moeda, cara. Era tipo uns 3 euros e meio, mas muita moeda. Na hora fiquei sem reação. Dei risada e mandei um que-se-dane. Mas depois me arrependi, devia ter dado um tapa na mão do safado.

De qualquer maneira, peguei o tremzao suburbano e fui pra casa do meu anfitrião do couchsurfing, o Luciano. Era tipo uma república, com 4 caras, não fosse o fato de eles não serem mais estudantes há uns 15 anos. Pessoal gente boa. Nessa mesma noite fomos pruma outra república no mesmo esquema, tipo num encontro semanal de amigos. E foi lá que descobri de onde vem o Brasileiro. Esse povo italiano, quando entre eles, é muito parecido com o nosso. Era como se fosse eu e meus amigos brasileiros conversando. Sempre alguém zoando alguém, sacaneando, falando dos outros, essas coisas, hehehehe. Isso que eu não tava entendendo nada, porque eles só falavam o napolitano, que é um dialeto e segundo eles, bem diferente do italiano comum.

Dia seguinte fui conhecer a cidade. Me lembrou "O Cortiço". Ruelinhas pequenas, negações a leis de trânsito e vespa pra tudo quanto é lado. Mas é legal mesmo assim, pelo menos à um turista. Comi um macarrão com vôngole delicioso no almoço e uma pizza de margherita idem na janta. Todas as pizzas que eu comi aqui na itália até agora são muito, muito boas, cara. Até para um paulistano. Visitei igrejas e etc. O típico passeio a pé por uma cidade italiana. Na noite foi da hora. Fomos a um barzinho tomar uma cerveja. Mas o legal é que eu fui na garupa da Vespinha do Luciano. Isso já seria legal, mas louco mesmo e andar de garupa numa vespinha pelas ruas de Nápoles. Cara, que loucura. Pra você imaginar: pega a malha viária de Viçosa, diminua só um pouquinho a inclinação dos morros, mas transforma todas as ruas numa rua tipo aquela que liga Mariana a Ouro Preto, e você tem Nápoles. Você nunca sabe aonde uma rua vai parar, tem que ficar desviando de cachorro, bêbado, carro e mais vespa à rodo. Então o ideal é ir pelas calçadas, meio de parques e etc, uhauhauhau. E o Luciano ia lá, subindo e descendo guias. Foi mais pra uma aventura. Da hora.

Dia seguinte fui à Pompéia. Aí sim foi louco. Era uma cidade datada de mais de dois mil anos atrás, mas que foi destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio, no século I. Tem muita coisa preservada, porém. Os caras eram realmente fodas naquele tempo. Tinham até uma caixa dágua, de onde era distribuída água para banhos e eventuais abastecimentos pela cidade. Valeu demais a visita.

Dia seguinte amanheceu chovendo muito. Mas fui pra Roma mesmo assim. Dei sorte, porque lá o tempo estava ótimo. Depois conto. É issoaí, galera, finalmente rumo a "europa tradicional. Vamos ver o que sai daqui. Beijo pra todo mundo.

Como bom paulistano, presto reverência aos criadores da pizza, os napolitanos. Apesar que a pizza que eles tem aqui é sempre Marguerita. Aqui não existe a Napolitana!!

Essa é a lembrança mais viva de Nápoli! Um cortição! Andar por essas ruelinhas é divertido à beça.

O Forte-Convento-Castelo-Porto-Seminário-e-sei-lá-o-que-mais-hoje-Museu à beira do mar de Capri.

Buracos de bala de canhão na sua parede!



O famoso Teatro de pompéia, onde o Pink Floyd gravou um show naqueles anos passados para 7 roadies e 3 turistas doidões que foram tidos como malucos até o vídeo cair no youtube!!
Agora dentro dele.

Os moradores de Pompéia fossilizados pelo Vulcão. tem múmia assim espalhado por toda à cidade.

Mais um teatro legal de 2000 anos atrás com engenharia e acústica perfeita (dizem).


O vesúvio matador ao fundo, com sua cidade devastada abaixo e esses argentinos legais que a gent conhece na viagem e fazem poses estranhas na hora de tirar foto.


Momento Miagy. Lembrando-se dos ensinamentos do Mestre.

Top 3 Cidades:
1 – Berlim
2 – Istanbul
3 – Copenhaguen

Top 3 Passeios:
1 – Tour em Berlim
2 – Castelos da Romênia
3 – Visita à cidade de Pompéia

Top 3 Kebab:
1 – Atenas, com batata-frita, iogurte e cheio de recheio
2 – Copenhaguen, com coalhada seca e kibe.
3 – Aarhus, com molho de alho

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Atenas é o máximo

Deixei istambul quinta-feira 08/11 as 8h30mim e cheguei em Atenas 22 horas e três trens depois. Foi uma viagem não tão cansativa porque você tem que ficar trocando de trem e dá pra esticar as pernas. "Engraçado" foi no último trem, de Tessaloniki para Atenas. A viagem era noturna, então você compra um couchette, que nada mais é do que uma caminha numas cabine. Mas o foda é que na mesma cabine que você tem mais 5 couchettes. Tres de cada lado, um em cima do outro. E eu peguei o terceiro andar. É apertado que só, e o meu colega que eu conheci na cabine, um velho grego que insistia em falar alemão comigo e estava logo abaixo de mim, peidou a noite inteira.

Mas beleza, cheguei a Atenas 6 horas da manhã e bastante feliz, pois tava um sol de rachar, coisa que eu não via desde que deixei a Dinamarca. Deixei minha bagagem num locker e sai pra passear. Nesse mesmo dia já fiz todo o turístico de Atenas: Acrópoli, Ágora antiga e romana, Templo de Zeus e todo o mais. Foda que só posso dizer que tirei foto, pois não tinha nenhum tipo de panfleto explicativo, e o tour guiado que eu ia fazer no domingo me deu um bolo. Mas não há de ser nada, eu volto um dia.

Quando foi começo da noite encontrei o meu anfitrião do couchsurfing, cara gente boa, o Memo. Nascido na africa do sul, filho de pai grego com mãe moçambiquenha, e ele me levou numa taverna com mais alguns amigos. Local tradicional grego, onde se come muito, se bebe o vinho da casa e se dança musica tradicional grega, ao melhor estilo Zorba. Muito legal mesmo. A decepção ficou por conta deles não deixarem eu quebrar meu prato. Falaram pra mim que não se faz mais isso há muito tempo. Sábado ficou por conta do descanso de dia e baladinha diboa a noite, num barzinho onde escutei música brasileira até, tipo Jorge Bem e Tribalistas. Domingo levantei cedo e fui pro tour que não teve, entâo andei pelo centro fazendo umas compras de blusas nepalesas e de tarde fui à praia. A avenida beiramar é muito bonita, mas a praia em si é de pedra, porém estava um dia muito bonito e valeu o passeio.

Gostei demais de Atenas. Me parece uma cidade como a parte boa de São Paulo. O pessoal é o mais gente boa até agora e em pleno novembro fez um tempo bom demais. Fora que eles detém o ouro no Kebab, com direito a iogurte, batata-frita e bastante recheio pra pouco pão. Grécia é show de bola!!!

Continuando, ontem então deixei Atenas e fui pra Patras, a cidade portuária, de lá pegamos um Ferrie, que é um barcão muito louco, mas não chega a ser um cruzeiro. A viagem seria de 15 horas até Bari, Itália. Conheci esse americano, aqui tá cheio dessa raça, resolvemos comprar um Ouzo, bebida tradicional grega que é exatamente a mesma coisa que o Raki da turquia. Compramos um cada um, fizemos um piqueninque e começamos a beber de leve. Nisso chega uma australiana, aqui tá cheio dessa raça também, e um francês, repartimos o pão com eles e eles resolveram comprar mais dois Ouzos, resultado: foi uma ótima noite de sono, mesmo que eu tenha dormido no chão (o couchette era muuuuito caro), graças ao cobertor de litro.
Agora estou na Italia e com ótimas expectativas: tá fazendo um sol maior que o da grécia, estou indo para Napoli, terra natal do Bud Spencer, e já fiz um amigo que trabalha no trem aqui, ele não fala nada de inglês mas a gente se entendeu muito bem.

E issoaí, people. Vou aguentando esses americanos e australianos por aqui (pelo menos dá pra treinar o inglês com um native speaker) e começo a cortar a Europa mais uma vez, só que agora de baixo para cima, em direção à Holanda. Bejo pra todo mundo.


Paternonzão velho de guerra!


Caixa dágua da Ágora Antiga. Vale pela menção.


Sala de estudos da Ágora Romana


Céu azul, mar azul... e nada de areia branca, hehehe.



Treatro do Paternon. É grande, hein?

As "tal" de Cariatides, que carregam o peso de um templo na cabeça. Na realidade, são colunas estilizadas.




Esse ae sou eu, assistindo uma tragédia grega, com o paternon, o céu azul e uma grua de restauração ao fundo.


Ruazinhas legais de Atenas.



Embaixo das gigantestas colunas do Templo de Zeus, de dois mil e não sei quantos anos atrás!! Show!!

Scotch Bar do barcão em que a gente atravessou o mediterrâneo.


Piquenique literalmente no meio da rua onde eu e o americano almoçamos. Eu ainda comprei um litro de leite pra ajudar descer as fibras ae do prato, e o Brian que foi na seca mesmo....

Top 3 Cidades:
1 – Berlim
2 – Istanbul
3 – Copenhaguen

Top 3 Passeios:
1 – Tour em Berlim
2 – Castelos da Romênia
3 – Banhos termais em Budapeste

Top 3 Kebab:
1 – Atenas, com batata-frita, iogurte e cheio de recheio
2 – Copenhaguen, com coalhada seca e kibe.
3 – Aarhus, com molho de alho

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Istambul é da hora.

Estou no trem (08/11), e chegando em Atenas daqui umas 15 horas. Deixo Istambul sentindo que valeu a pena vir pra tão longe. A cidade tem muito a oferecer.

Antes de falar o que eu vi lá, vou falar um pouco sobre ela. É a unica cidade do mundo que pertence a dois continentes, europa e ásia. Por incrível que possa parecer, a parte da europa é onde se tem alguma coisa pra ver e a parte da ásia é só pra morar. Ela já foi o centro do mundo, e naquele tempo se chamava Constantinopla. Pertenceu ao império romano, bizantino, otomano, turco e turco otomano. Atualmente chega a 18 milhões de habitantes, e o que se vê andando pelas ruas é nada mais que um São Paulão, só que ao invés de altos prédios, coloque uma mesquita em cada esquina e um palácio em cada bairro. Por cinco vezes ao dia escuta-se de quase qualquer ponto da cidade o chamado para as sessões de oração. E ao contrário do que alguns podem pensar, uma pequena minoria das mulheres usa burca. Sem zoeira, em Aarhus tem muuuuuuuito mais gente usando burca, turbante e essas coisas do que em Istambul.

Bom, cheguei lá domingo dia 04/11 e fui pra casa do Mert, turco nascido e criado em Istambul que me recebeu no couchsurfing. Ele foi o cara mais gente boa do couchsurfing até agora e ficamos bons amigos nesses 4 dias que passei lá. No próprio domingo visitei a cisterna, que nada mais é do que um lugar subterrâneo constuído para armazenar água, não fosse o fato de ele ter sido construídono século VI e estar lá até hoje. Depois fomos a Aia Sofia, que é hoje museu, mas foi igreja de todas aquelas culturas que citei anteriormente, por isso guarda algumas características ímpares. Na sequência fui a Mesquita Azul, a maior da cidade. Vi um culto lá, tirei umas fotos com mais uns 800 turistas e vazei. Todos os passeios foram muito legais e bem diferentes do que estou acostumado a ver. Pra terminar o dia fomos a Taksim square, tipo um centro comercial 24 horas por dia 7 dias por semana. Tomamos cerveja e conversamos sobre futebol. Turco é fanático!!!

Dia seguinte fui ao palácio Topkapi, o maior de Istambul. Ele foi sendo ampliado de acordo com as sucessões dos sultãos e hoje é gigante. Aqui sim tem páreo pro Versailles e a briga é boa. E eu acho que o Topkapi ganha. Olha o que tá faltando no Versailles: banheiro, vista pro mar, clima "quase" tropical, sala de tesouros com cada peça que você não acredita (tem simplesmente um diamante de quase um quilo, a palavra pra descrever é estúpido), e a diferença principal, o hárem. O Versailles só continua no páreo por causa do jardinzão, mas com certeza está longe de ser rico que nem esses caras aqui foram um dia.

Bom saí de lá e fui prum lugar que não sei se deveria ter entrado. O Grand Bazar. É um labirinto com mais de 4 mil lojas onde eles te levam todo o seu dinheiro. A cada compra você se sente roubado. Isso porque você nunca sabe quanto seria um preço justo. Sem zoeira, consegui descontos de 66% e mesmo assim acho poderia ter conseguido muito mais. Em suma, vale pra conversar um pouco com esse povo, que me lembrou muito o brasileiro. No fim do dia ainda fui ao bazar das especiarias e comi o primeiro Kebab na turquia, que aqui é chamado Dürum. Maior decepção, foi o pior até agora, e inclusive na relação custo-benefício. De noite, quando o Mert chegou ele me levou num lugar onde está cheio de bares onde se faz a mesma coisa: tomar chá, jogar gamão e fumar narguile. É louco. Mais legal ainda que de turista só tinha eu. É tradição dos caras mesmo, que nem o banho em Budapeste.

Dia seguinte foi a outro palácio, que não consigo falar nem escrever o nome. Ele era menor e mais recente, portanto a influência ocidental já é bem visível, mesmo assim, gostei bem mais desse aqui. Tem cada coisa única lá que é até foda lembrar de tudo. E tem uma sala, que sem sacanagem, quando entrei eu falei "uau". Saiu sem querer. E eu não fui o único. Você simplesmente não tem noção do quão impressionante é o cômodo. Pra variar ele ficava no hárem do palácio. Ele era aquecido pelo subsolo, com algum tipo de lenha. Demorava 3 dias para aquecer e 6 dias para a preparação do banquete. Por isso o Sultão só aparecia lá de vez em quando.

Nessa noite fomos comer o arroz-com-feijão tradicional turco (bom pra caramba), seguido de café tradicional turco (sem coar e com direito a previsão do futuro) e pra acabar com a noite, jogo do Besiktas contra Liverpool. 8 a zero pros ingleses. É um recorde na copa dos campeões.

Por causa dessa derrota, tava todo mundo puto na cidade na quarta-feira. Mesmo assim, fui para o lado asiático da cidade tomar um chá (sim, eu já fui pra Ásia). Voltei, visitei o museu de artes turca e islâmica, e pra terminar o dia comi ostra com arroz, e sanduiche de peixe na chapa no porto. Delícia ambos.

De noite fomos prum bar na Taksim novamente, tomei o tal do Raki, feito de aniz, 50% alcool, e acabaram-se minhas aventuras pela Turquia.

Bejão pra todo mundo. Daqui uns tempos ponho coisa nova.


Mesquita Azul, ou Mesquita de Sultanhamet. A maior de todas as trocentas espalhadas pela cidade.

De novo, do jardim.

Agora dentro. O camarada a esquerda esta fazendo o cerimonial.

Grand Baazar. Onde voce se sente roubado a cada compra.

Sala do "UAU". Esse eh apenas o Harem de dentro de um dos palacios. Sem nocao o tanto que esses caras sabiam madar construir casas.

Istamba by night.

sábado, 3 de novembro de 2007

Romenia: o mais frustrante halloween da minha vida (o único na realidade...)

Ei pessoal, como vão todos? As aventuras aqui continuam. Acabo de deixar a Romenia, estou em território Búlgaro em direção à Istambul, Turquia (isso foi dia 03/11).

Mas vou falar sobre minha passagem na terra do Drácula. Conheci alguns viajantes pelo meio do caminho, e eles me disseram que se eu queria chegar à Turquia, deveria considerar passar uns dias na Romenia, e foi isso que fiz, só pra ver o que dava. Então sai de Budapeste 30/10 e acordaria em Sighisoara, a cidade que viu Conde Vlad Tepes, O Impalador, nascer. Esse cara inspirou o romance Drácula. Então, por ser dia 31/10, eu pensei que teria o primeiro e melhor halloween da minha vida, ledo engano. Mas fora isso, a cidade, patrimônio cultural da humanidade, tal como Ouro Preto e Cesky Krumlov, é legal. É uma fortificação medieval, está murada por todos os lados e etc. Eu só fiquei mais andando e conheci alguns locais que me contaram um pouco da história desse cara, o Vlad. Vou unir rapidamente todas as versões, que são mistura de lendas com fantasias, com mitos, com alguma meia verdade nisso tudo. Esse camarada nasceu nessa cidade, na localidade chamada Transilvânia. O pai dele morreu e ele e o irmão foram mandados para a Turquia para estudar assuntos de guerras ou coisa parecida. O irmão era a coisa mais linda e foi parar no harém do Sultão, e o Vlad que era macho pra caramba, estudou, fugiu e foi ser rei de uma outra região chamada Valachia, abaixo da transilvania. Dizem que ele era foda, enquanto ele reinou jamais se viu um único crime, que os potes de água nas minas eram de ouro maciço e ninguém roubava, que se uma moeda caísse no chão, ficaria lá pra sempre, porque se qualquer crime acontecesse, por menor que fosse, ele mandava impalar a cidade inteira. Impalar consiste em colocar o camarada sentado num pedaço de toco que tem o formato de um lápis, mas com dimensões de um metro e meio de altura e uns quinze cm de diâmetro. Dizem que uma vez os turcos foram invadir a Valachia, mas o Vlad vestiu os homens dele de turcos também, entraram no acampamento dos invasores de surpresa, mataram quase todo mundo e dessa vez ele mandou fazer 10000 (sim, dez mil) tocos e impalou os dez mil turcos. Parece que ele era bom de guerra. Falaram também que depois os turcos vieram em número de 100000 (sim, cem mil) e então foram cem mil turcos impalados. Tudo bem, também falaram que uma vez o camarada fez uma safadeza qualquer, então o Vlad pegou a mulher do cara, que estava grávida, arrancou o bebê de dentro da barriga da dona e mandou o criminoso comer. Tem outras histórias do mesmo naipe, mas vou poupá-los. Bom, mas que fim deu o Vlad? Ele preparou toda uma manobra pra salvar o irmão, tudo ia ser perfeito, não fosse o bicha ser bicha mesmo, e trair o nosso héroi. Foi capturado e decapitado pelos turcos. Fim.

Dia seguinte fui prum cânion na parte da manhã, sem muita coisa pra ver, e de tarde rumei pra Brasov. Essa cidade é legal. De verdade.

Lembrou um pouco o clima de Cuzco. O centro histórico é conservado e legal de se caminhar. Mas o que há pra ver aqui são mais os castelos que estão aos montes ao redor da cidade. Eu visitei três.

Primeiro e mais legal: o Sinaia. Era até difícil acreditar que eu estava na Romenia. É uma vila medieval super bem conservada e o castelo em si é muito bacana. Tem passagem secreta na biblioteca e tudo o mais, mas não é gigante nem nada. A arquitetura é muito legal e o melhor é que ele está no meio de uma floresta. A paisagem é bonita demais. De lá rumamos para o famoso Bran Castle, que seria o castelo do suposto Drácula. O Vlad nunca nem pôs o pé aqui, porém o personagem imortalizou esse castelo, que visitado durante o dia não apresenta arrepios na espinha. O esquema é que ele está encravado no morro e tem duas torres à frente, parece que essa configuração fez alguém pensar que era a casa do capeta. Mas não deixa de ser uma passeio legal.

Por último fomos ao Rasnov. De novo, outra fortificação medieval. Tipo aquelas dos filmes do naipe de Robin Hood. Interessante de se ver. Até pratiquei um arco e flecha lá.

A noite ficou por conta de procurar um lugar pra gravar minhas fotos num CD e comer. O primeiro foi foda. Esse povo romeno foi o mais próximo que eu achei do "europeu" até agora. Povo que num dá risada, num faz questão que você gaste seu dinheiro no país dele e na maioria das vezes quase mal-educado. O segundo foi fácil. Entrei num pub escossês, comi uns negócio diferente, bebi cerveja romena, assisti na espn o "homem mais forte do mundo" e conheci um espanhol que diz ter viajado o mundo. Parece que ele quase perdeu a perna quando esteve no Brasil. Negócio é que gente que nem ele, eu conheci bastante durante essa minha trip, e todos fazem uma espécie de "Top 3" das cidades mais legais do mundo. As opiniões variam, mas tem uma cidade que está em todas as listas: Londres. Tou ficando realmente curioso com essa ae, e nesta viagem não terei a oportunidade de visitá-la. Numa futura eurotrip será destino com certeza.

É isso, bejo pra todo mundo e qualquer dia aparece mais.

Siguisoara, vista de baixo pra cima. A paisagem eh toda assim.

Eu e meu camarada Vlad Dracul, O Demonio. (esse eh o pai do Vlad, O Impalador)

Mais Siguisoara, agora vista de cima pra baixo.

E finalmente Siguisoara by night!

Esse eh o castelo da vila de Sinaia, o que eu mais gostei.

E esse eh o famoso Bran Castle, buuuuuuuu!

Dentro do Bran Castle agora. Repare tambem nas arvores do outono!

Ate agora a Romenia ficou com o trofeu "Beleza natural", se dependesse soh do "visu" a Romenia seria dez! Saudacoes a Hagi!

Top 3 Cidades:
1 - Berlin
2 - Cesky Krumlov
3 - Copenhaguen

Top 3 Passeio:
1 - Tour em Berlim
2 - Castelos na Romenia
3 - Banhos termais em Budapeste

Top 3 Kebab:
1 - Copenhaguen, com coalhada seca e Kibe.
2 - Aarhus, com molho de alho.
3 - Berlin, com pepino.